terça-feira, 29 de setembro de 2009

Caranguejo- Cantiga

Ai vai algumas cantigas da Dança da Ratoeira ...
Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Caranguejo está na praia
À espera da maré
Sim sim sim
Não não não
Estou à tua espera
E não me dás
Teu coração
O sereno
O sereno desta noite
Caiu na folha da palma
O dia que não te vejo
Não faço renda com calma
Meu cravo de rosa
Meu cravo de rosa
Meu manjericão
Dá três pancadinhas
No meu coração
O Fadinho
E o fadinho bateu na porta (bis)
Manjerona, quem está aí (bis)
É o cravo mais a rosa (bis)
A açucena e o jasmim (bis)...
RODRIGO BOA MORTE

domingo, 20 de setembro de 2009

Curiosidades da Ratoeira

Curiosidades da Ratoeira

A ratoeira antigamente também tinha homens na roda, não era só de mulheres como se apresenta hoje. Era brincada geralmente nos feriados, aos domingos à tarde, nas festas, nas reuniões de famílias. Era uma forma da gente expressar o que se sentia (amor, satisfação, amizade, tristeza, raiva, etc.). Para iniciar a cantoria fatiava-se uma roda, e os homens também brincavam e jogavam suas quadras para que outro fizesse a réplica.

Homem apaixonado:

Ratoeira não me prenda,

qu'eu não tenho quem me solte;

a prisão da ratoeira

e como a prisão da morte.

Meu amor, meu amorzinho

Beijo de café maduro

Pode rir pode brincar

Que o nosso amor está seguro

Às vezes a roda ficava tão grande que tinha-se que montar outra roda. As quadras sempre eram tiradas de improvisos, sempre havia a obrigação de fazer as quadras com inteligência, jogava-se para a pessoa escolhida na roda, e a mesma tinha de responder com outra quadra. Quando falava-se de amor, de paixão, de amizade, ou gratidão não havia problema, aliás, quando alguém resolvia lembrar algum episódio de alguém da roda e ainda torná-lo público, a roda pegava fogo.

Em muitas ocasiões não se permitia a entrada de certas pessoas...

Eu entrei na ratoeira

Mas não Foi para cantar

Quem o meu coração queria

Na ratoeira não está

De conquista:

Oh! Que coqueiro tão alto

Com dois cocos na ponta

Os olhos dessa menina

tia' correm por minha conta

Ratoeira bem cantada

Faz chorar faz padecer

Também Faz um triste amante

Apartarem bem querer

De lembranças:

A folha de bananeira

Tem direito e tem avesso

Eu te conheço menina

Desde pequena do berço

De despeito:

Meu amor me deixou

Pensa que eu tenho paixão

Não me faltam Deus do céu

Amor não me faltarão

De paixão:

A laranja era verde

Com o tempo amadurou

Meu coração era firme

Veio o teu e me cativou

Oh! Que praia tão comprida

Tão custosa de se andar

Oh! Que olhos de menino

Tão custosos de se amar

De saudade:

Quando canta o rouxinol

Lembra-te da tarde linda

Te recorda do passado

Olha eu te amo ainda

De convite:

Senhora dona'na

Faz favor de entrar na roda

Diga um verso bem bonito

Diga adeus e vá embora

De tristeza:

Quem pudesse estar agora

Onde está o meu amor

Naquele campo sereno

Naquele jardim sem flor

O caminho da minha casa

Já está chefinho de capim

Já se acabou as passadas

Que o meu bem dava por mim

De preocupação:

Minha mãe casai-me cedo

Enquanto sou rapariga

Que o milho plantado tarde

Nunca deu boa espiga


Sara Sary Eldim Campanati

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Convite

Pessoal, venham ver essa dança que é demais.
http://www.youtube.com/watch?v=hojw3duBM7U

Gabriel Gomes Guerra




Cantiga de Ratoeira


Gente Aqui Está uma Cantiga Da Ratoeira:


CANTIGA DE RATOEIRA

A folha de bananeira

Pra banda está virada

Virou pra banda sul

Eu pra lá não tenho nada.

Alfinete miudinho

Preguei na almofada

O dia que não te vejo

Não como, não faço nada.

Fui fazer a minha cama

Me esqueci do cobertor

Deu um vento na roseira

Encheu minha cama de flor

Quando passares por mim

Não me olhes pelas costas

Que não sou crivo nem renda

Que se tira pela amostra.

A folha de bananeira

Pra banda se virou

Virou pra banda norte

Pra lá eu tenho meu amor.

Sara Sary Eldim Campanati

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Conceito


A ratoeira é uma dança de ciranda onde os jovens demonstram sua alegria e simpatia ao seu bem-amado.

As ratoeiras tinham lugar nos bailes, de preferência pela meia-noite, após haverem pedido licença aos pais das moças. Dado início à formação da ratoeira, tocava-se uma valsa, e os que tomam parte nesta convidam os seus pares e saem dançando naturalmente, logo que todos se encontrem dançando, formam um círculo de mãos dadas. Após, alguém dos mais idosos, determina quem deverá cantar em primeiro lugar, se moça ou rapaz.

A música aproxima-se do círculo para acompanhar as quadrinhas, que vão desde as declarações de amor e confirmações, e até desafios aos rivais, não raro ouvindo-se quadras verdadeiramente sarcásticas e satíricas.

Geralmente, para darem início às trocas de quadrinhas, apresenta-se um par voluntário, e, se isto não acontecer, será lançada uma sorte, e o primeiro par posiciona-se no centro do círculo para recitar um verso. Quando um rapaz é apontado para cantar a primeira quadra, a moça responderá, e assim até o término da ratoeira.

Às vezes a roda ficava tão grande que era necessário que montar outra roda. As quadras sempre eram tiradas de improvisos, mas havia a obrigação de fazer as quadras com inteligência, jogava-se então, para a pessoa escolhida na roda, e a mesma tinha de responder com outra quadra.

Quando falava-se de amor, de paixão, de amizade, ou gratidão não havia problema, aliás, quando alguém resolvia lembrar algum episódio de alguém da roda e ainda torná-lo público, a roda pegava fogo.

Esta manifestação folclórica desapareceu dos costumes regionais por volta da década de 1960. Hoje é somente lembrada, a ratoeira não é mais bem cantada. Manifesta-se apenas na mente daqueles que um dia criaram e cantaram versos, daqueles que conquistaram com seus versos. Quantos namoros surgiram em uma roda de ratoeira....!